O mês de outubro, internacionalmente, marca a maior campanha cujo objetivo é alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância fundamental da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama: o Outubro Rosa. Este movimento internacional foi criado no início da década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure.
Celebrada anualmente através de inúmeras ações para compartilhar informações e promover a conscientização sobre a doença, tal campanha pretende, também, proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade feminina.
Em 2020, mais de 2,3 milhões de mulheres no mundo descobriram que estavam com câncer de mama. Este tipo de tumor é o que mais acomete a população feminina brasileira e representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas.
Hábitos Saudáveis Podem Reduzir a Incidência de Câncer de Mama?
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 13% dos casos de câncer de mama em 2020 no Brasil poderiam ter sido evitados pela redução de fatores de risco relacionados ao estilo de vida, em especial, da inatividade física.
Além disso, a pesquisa realizada aponta que quase 13% dos gastos federais do SUS, em 2018, com o tratamento de câncer de mama ( R$102 milhões ) seriam poupados pela redução de fatores de risco comportamentais. Tais dados fazem parte de um estudo que estimou o impacto da má alimentação, do consumo de álcool, do excesso de peso, da inatividade física e do não aleitamento materno, em 2008, nos casos de câncer de 2020, e nos gastos do SUS, em 2018.
Uma das autoras da pesquisa, a nutricionista Maria Eduarda Melo, da Conprev, destaca: “É importante refletir que, à medida que a gente investe em ações de promoção de modos de vida mais saudáveis, o recurso que é gasto [no tratamento] poderia ser investido em ações de prevenção primária, ou até mesmo reinvestido em ações de diagnóstico e tratamento do câncer”.
Os dados apontados foram divulgados na pesquisa Número de casos e gastos com câncer de mama no Brasil atribuíveis à alimentação inadequada, excesso de peso e inatividade física, elaborada pela Coordenação de Prevenção e Vigilância (Conprev) do INCA. Os mesmos foram apresentados durante webinar (seminário virtual) de abertura do Outubro Rosa de 2021, transmitido pela TV INCA.
A redução do número de mortes por cânceres mais incidentes, como os de mama e do colo do útero, é um dos compromissos do Brasil na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. O objetivo é reduzir as taxas de morte de câncer de mama de 30% para 16%.
A Autoestima e a Reconstrução de Mama
É fato que uma das maiores preocupações para as mulheres que enfrentam o câncer de mama é perder um ou ambos os seios. Isso porque eles têm uma importância simbólica muito forte para a mulher, uma vez que representam diretamente a feminilidade, a autoestima, a sexualidade e a maternidade.
É uma questão de vaidade, de autoestima. Muitas mulheres sentem-se inibidas ou menos femininas quando precisam retirar o busto. Uma mastectomia, cirurgia para a retirada total ou parcial da mama para tratar a paciente com câncer de mama, pode afetar psicológica e emocionalmente a vida de uma mulher.
Entretanto, há uma alternativa: a cirurgia de reconstrução mamária que promete devolver o volume original e renovar a autoestima. O procedimento restaura forma, aparência e tamanho da mama e está diretamente relacionado ao tipo de cirurgia de mastectomia que foi realizada.
Técnicas de Reconstrução Mamária após Tratamento Oncológico
O tratamento do câncer de mama é bastante individualizado. Em linhas gerais, quando exige a cirurgia da mama, a técnica e a extensão da cirurgia vão depender do tamanho do tumor, de sua localização na mama, do tamanho da mama e do estágio da doença. Entre as principais técnicas destacam-se:
Prótese de silicone : utilizada quando a mastectomia não remove uma grande quantidade de pele. O tamanho da prótese a ser usada é definido com base na avaliação da elasticidade do tecido. No caso de a paciente apresentar boas condições de saúde, a reconstrução de mama pode ser feita em conjunto com a operação de retirada do tumor mamário.
Expansor: é um dispositivo colocado sob a pele. Através do uso do soro fisiológico, o expansor é inflado periodicamente para promover gradualmente o aumento do tecido até atingir um tamanho próximo ao desejado. Existem expansores que são definitivos e outros que são temporários e precisam ser substituídos, em uma segunda cirurgia, por uma prótese definitiva.
Transferência de retalhos da pele: nesta técnica, uma parte de pele e de tecido gorduroso é retirado de uma região do corpo e transferida para o lugar em que há falta de pele para a realização da reconstrução.
Algumas das técnicas de transferência mais utilizadas são:
- Retalho Miocutâneo do Músculo Reto Abdominal: a reparação é feita com a pele e a gordura da região abaixo do abdômen;
- Retalho do Músculo Grande Dorsal: utiliza o músculo das costas para realizar a reconstrução.
O diagnóstico de câncer de mama, na maioria das vezes, vem como um peso para a mulher. No entanto, com o desenvolvimento da medicina e de melhores tecnologias, os resultados dos tratamentos são cada vez mais significativos.
Importante destacar que, antes de definir qual técnica irá recomendar para a realização da cirurgia de reconstrução de mama, o cirurgião plástico fará uma avaliação do caso. Por isso, é importante que a escolha do profissional seja realizada com cautela e segurança.