A Diástase Abdominal e Como Tratá-la

Entender o seu corpo depois de um processo gestacional nem sempre é tão simples, mesmo em condições de ganho de peso dentro do esperado. E, para algumas mulheres, pode ser ainda mais difícil – é o caso de quem apresenta um quadro de diástase abdominal, quando os feixes de musculatura da barriga se dilatam e se afastam. De acordo com estudo publicado na revista Fisioterapia em Movimento, isso acontece pela união de alterações mecânicas de crescimento uterino – crescimento da barriga – e ação hormonal nos tecidos conjuntivos – hormônios da gravidez que agem sobre os músculos.

O Que é a Diástase?

Em outras palavras, a diástase abdominal é o afastamento da musculatura da barriga para melhor acomodar o útero expandido. É importante lembrar que a diástase fisiológica afeta 100% das mulheres que têm bebês biologicamente, mas essa condição evolui em 30% dos casos para a diástase patológica. 

Diástase abdominal - mulher medindo a barriga flácida

Nestes casos, a barriga adquire uma aparência caída, flácida e estufada, e o abdômen fica fraco. Para além dos problemas com estética, quando a diástase fica maior do que 3 cm, o tronco e os órgãos ficam sem a sustentação necessária, e a mulher pode sofrer com constipação intestinal, incontinência urinária e dor nas costas. Também há relatos de dores na lombar, na pelve ou no quadril, fraqueza no assoalho pélvico e desconforto nas relações sexuais.

Ainda segundo o estudo já citado, aponta-se que a maior incidência da diástase abdominal aconteceu entre mulheres com mais de um filho, com idade entre 19 e 30 anos, e que tiveram seus bebês por parto normal, principalmente com intervalos curtos entre as gestações. Famosas como Giovana Ewbank, Giovana Antonelli e Sandy já compartilharam seus relatos de recuperação da diástase.

Como Tratar a Diástase Abdominal?

Entre as recomendações para tratar a diástase abdominal estão os exercícios físicos e a fisioterapia abdominal – e esses cursos de tratamento demonstram bons resultados com grande parte das pacientes. Essa foi a escolha de Ewbank, que revelou ter uma separação de mais de 3cm entre os músculos, e como resultado, contou ter muita dor na coluna ao amamentar o caçula. Além de apoio médico, a apresentadora também recorreu à yoga para fortalecer a musculatura do corpo todo.

Mulher, pós-parto, realizando exercícios físicos para diminuir diástase abdominal.

Contudo, muitas mulheres não conseguem voltar à normalidade apenas com o auxílio de métodos não invasivos. A diástase abdominal pode ser medida em graus de 0 a 4, e os quadros em grau 3 e 4 ( moderada a importante ) apresentam indicação cirúrgica. Foi o caso da atriz Giovana Antonelli, que em 2017 realizou cirurgia plástica para corrigir a diástase que teve após o nascimento das suas filhas gêmeas, em 2011.

Sobre a Cirurgia

No procedimento, o cirurgião costura os músculos afastados de maneira bem ajustada. A incisão é feita pelo púbis – próximo de onde ficaria o corte de um parto cesárea – com uma linha invisível, deixando quase sem cicatriz. Atualmente, existem métodos que propõem a cirurgia em laparoscopia, com três pequenos cortes no abdômen, que tendem a sumir com o tempo. 

Caso seja do interesse da paciente, também há a possibilidade de realizar-se uma lipoaspiração ou abdominoplastia para retirada de gordura ou pele excedente durante o mesmo procedimento de correção da diástase abdominal.

Médico marcando barriga de paciente para realizar abdominoplastia

A recuperação leva de 6 a 8 semanas, nas quais as pacientes geralmente relatam sentir os “músculos apertados”, o que tende a passar com o tempo. Recomenda-se também o uso de cinta cirúrgica por 3 semanas. A volta para casa costuma ocorrer após o terceiro dia de pós-operatório, com vida normal, apesar da recomendação de “pegar leve” nas primeiras 2 semanas após o procedimento. 

A drenagem linfática uma vez por semana também é indicada, para evitar o acúmulo de líquidos ou a formação de seroma na cicatriz. A maioria das pacientes relata o retorno à normalidade completa e sensibilidade dentro de seis meses após o procedimento. Vale destacar que não há impedimento para engravidar algum tempo depois da operação, caso seja este o desejo da paciente. 

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