A realização de cirurgias plásticas é muito comum no Brasil. Dentre as mais buscadas, com certeza, está o implante de prótese de silicone para aumentar o volume das mamas. Embora este seja um procedimento que costuma não demandar novas intervenções, por vezes pode ocorrer o encapsulamento do implante; a rejeição ou “contratura capsular” entendida como uma reação normal do organismo que pretende expulsar o “corpo estranho”.
A prótese de silicone é um corpo estranho e é assim que este a reconhece, produzindo uma cápsula que, na maioria das vezes, tem o objetivo de manter a prótese mais aderida ao tórax. Entretanto, o problema (raro) surge quando o organismo continua produzindo a película fininha (cápsula) de proteção ao implante. Assim, esta pode ficar tão rígida e espessa que é capaz de alterar o formato da mama, deixando-a mais elevada de um lado do que de outro e, em casos mais intensos, provocar dor.
Sintomas do Encapsulamento de Prótese de Silicone
Os sintomas do encapsulamento de prótese de silicone aparecem porque a cápsula fibrosa faz uma contração no implante e, com o passar do tempo, o material pode se romper devido à pressão. O índice deste problema, atualmente, é baixo – em torno de 1% das pacientes. Seu diagnóstico é clínico, mas pode ser complementado com exames de ecografia ou ressonância magnética da mama.
As mulheres que inseriram próteses de silicone nos seios e que sentem incômodos constantes, têm mamas com formatos diferentes (assimetria); apresentam pequenos ondulamentos na superfície da prótese ou endurecimento da região, além de fortes dores e mama inchada podem estar com encapsulamento. Embora estes sintomas assustem, num primeiro momento, não há necessidade de preocupação, pois o problema pode ser resolvido com facilidade por um cirurgião plástico.
Quais São as Possíveis Causas do Problema?
Entre as possíveis causas do encapsulamento de prótese de silicone, estudos apontam infecções bacterianas, hematomas, alguns tipos de próteses mais antigas, rupturas decorrentes de traumas como acidentes, por exemplo, e alguns fatores intrínsecos não detectáveis. Importante destacar que a contratura capsular pode se dar em qualquer momento, do pós-operatório até vários anos depois.
O encapsulamento de prótese pode aparecer em graus variados de acordo com a classificação de Baker:
- Grau I: a mama apresenta consistência normal como de uma mama não operada, as mulheres não sentem incômodos e não há alterações estéticas;
- Grau II: ao apalpar a mama, a paciente sente levemente endurecido o implante, embora não haja alterações visíveis – contratura mínima;
- Grau III: o implante é visível e pode ser sentido ao palpar a mama que está mais endurecida. Há assimetria em relação ao outro seio – contratura moderada;
- Grau IV: contratura considerada grave; a mama fica bem endurecida, há assimetria e dor constante.
Em geral, os cirurgiões plásticos consideram que há rejeição de prótese silicone a partir do terceiro grau, uma vez que os sintomas são mais intensos, a mama apresenta deformidade e pode até ocorrer o deslocamento da prótese de silicone. Entretanto, atualmente, o índice de rejeição é de aproximadamente 0,5%, se utilizadas próteses com tecnologias mais avançadas.
Como Tratar Contratura Capsular da Prótese de Silicone?
O tratamento do encapsulamento da prótese de silicone varia conforme o grau em que se encontra.
Nos graus iniciais (I e II), os sintomas, por serem mais leves, podem ser tratados de forma clínica por meio de medicações com corticoides, do uso de ultrassom, de microcorrentes e da realização de drenagens manuais. Essa ação objetiva acalmar o sistema imunológico para que ele reduza a formação da fibrose capsular e, na maioria das vezes, isso já basta para resolver o problema.
Já no grau III, quando há distorções acentuadas da posição da prótese , ou no grau IV, que além da distorção há presença da dor, tem-se a indicação de cirurgia. O procedimento indicado pode ser a troca da prótese ou a alteração do seu posicionamento após a realização da limpeza da cápsula.
No caso da retirada da prótese de silicone, a paciente ficará sem recolocá-las por cerca de 6 meses, a fim de reduzir a possibilidade de desenvolver contratura novamente, e deverá fazer uso de corticoide pelo tempo recomendado por seu médico. Para o caso em que o cirurgião plástico realiza a limpeza, a prótese é recolocada na mesma hora.
Apesar de as chances de encapsulamento serem mínimas atualmente, a forma de prevenir sua ocorrência é escolher uma prótese de silicone de boa qualidade, liberada e aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Além disso, manter a rotina de exames ginecológicos em dia e, principalmente, escolher um cirurgião plástico reconhecido pela SBCP que ofereça suporte completo do pré ao pós-operatório.